
O meu Verão cheira a loendro e a maresia. Cheira a sardinhas assadas e a Perna de Pau. A farturas e a caracóis cozidos. A estradas de terra batida. Cheira a protector solar.
O meu Verão soa ao canto das cigarras. A erva ressequida a estalar sob os meus passos. A gaivotas e a ondas que rebentam na areia. Soa ao murmúrio de uma ventoinha e a música de festas populares. Soa a crianças a brincarem ao ar-livre em pura despreocupação. Soa a andorinhas barulhentas a regressarem aos ninhos antes de anoitecer.
O meu Verão sabe a melancia e a cerejas tão doces que parecem queimar o fundo da garganta. Sabe a pêssegos vermelhos cujo sumo escorre pelas mãos até aos pulsos. Sabe a melão e a figos frescos. A bolas de Berlim com creme e a água do mar. Sabe a beijos quentes e molhados.
O meu Verão desenha-se em tons de turquesa e dourado. Em casas brancas com portas azuis. Em cidades quase desertas. Num pôr-do-sol incandescente, malva e rosa-choque. Numa nuvem de poeira na estrada. Numa falésia. No oceano.
O meu Verão é areia quente a queimar a sola dos pés e areia molhada a entranhar-se por entre os dedos. É água fria a arrepiar a barriga antes de um mergulho. É uma toalha endurecida pelo sal. É um banho de mangueira. É a pele quente ao final do dia. É o corpo nú sobre os lençóis.
O meu verão, cheio de tempo.
Atenção:
Numa uma falésia, deves ter repetido qq coisa.
Gostei. Beijinhos
Carlos de Jesus Silva cmjs1952@gmail.com
GostarGostar