O vento sopra exacerbado e quente nesta tarde lânguida de Agosto, levantando folhas, saias e cabelos, mas não o tempo, que passa devagar. Nas ruas ouve-se o silêncio dos lugares sem gente, que nem os poucos que se avistam debaixo do sol escaldante se atrevem a quebrar. Movem-se em gestos lentos, falam em baixo tom, pois os corpos querem-se frios para suportarem a temperatura.
Deixai passar a hora do calor. Deixai que o céu mergulhe em lilás.
E então, as portadas serão abertas, as crianças correrão para os parques, os banhistas regressarão das praias, os cães voltarão a ladrar. E então, a cidade retornará ao seu bulício habitual, após algumas horas a brincar de ser aldeia.
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