Ode aos pais no ensino à distância

Aos que estão em teletrabalho sem abébias, aos estão em trabalho flexível e aos que estão sem trabalho.

Aos que estão na linha da frente, aos que estão na linha de trás e aos que já não sabem onde estão as linhas.

Aos que tiveram de comprar mais um computador, aos que cederam o seu próprio computador e aos que não podem sonhar com um computador.

Aos que acham o plano semanal muito puxado, aos que acham o plano semanal muito leve e aos que não têm tempo para olhar para o plano semanal.

Aos que são os primeiros a carregar os trabalhos, aos que se esquecem sempre de carregar os trabalhos e aos que nem sequer sabem carregar os trabalhos.

Aos que conseguem ver os filhos em videochamada, aos que não conseguem ver os filhos em videochamada e aos que já não conseguem ver os filhos. Ponto.

Aos que têm espaço para todos, aos que não têm espaço para ninguém e aos que só queriam ter um bocadinho de espaço.

Aos que fizeram um plano e seguem-no à risca, aos que fizeram um plano e seguem-no quando dá e aos que já disseram “que se foda o plano”.

Aos que sentem que passam o dia a cozinhar, aos que sentem que passam o dia a limpar e aos que já não sentem nadinha.

Aos que sonham com jantaradas de amigos, aos que sonham com longos dias na praia e aos que sonham com um simples minuto de silêncio.

Aos que adoram de ter os filhos por perto, aos que não se importam de ter os filhos por perto e aos que se questionam por que tiveram filhos.

Aos que acham que vão conseguir, aos que acham que não vão conseguir e aos que sabem que vamos ter de conseguir.

A todos nós, pais, coragem, um grande abraço e muito vinho (ou seja o que for que vos faz descomprimir ao final do dia)!