Adeus, meu bom amigo.
Foste o meu fiel companheiro de escrita nos últimos 11 anos. Das tuas teclas nasceram algumas das minhas personagens preferidas, como o Manuel, a Sara e o Alex ou a incrível Helena, e alguns dos textos de que mais me orgulho, como o ensaio “A minha cidade pequena” ou o conto “O presente de Natália”.
Já não estavas no teu melhor há alguns anos, mas eu, preocupada com o ambiente, preferia ir fazendo limpezas de disco e aumentos de memória a trocar-te por um modelo mais recente. Porém, agora não consigo mais. A tua bateria já não te permite seres portátil e o arco-íris a girar aparece de hora a hora. Por muito que eu goste de arco-íris, começa a ser muito irritante.
Ainda não sei se vou conseguir desfazer-me de ti. É-me difícil imaginar-te esventrado num centro de reciclagem electrónica. Talvez passes para as mãos menos exigentes da minha filha. Ou talvez fiques guardado numa caixa, como os meus inúmeros diários, testemunha do meu percurso na escrita.
Obrigada pelas horas infindáveis que passamos juntos.
Nunca te esquecerei.
Adeus.