11 de Março. O Covid-19 continua a espalhar-se a uma velocidade galopante. Finalmente, os governos dos países que ainda não estão seriamente afectados começam a tomar sérias medidas de contenção. Para alguns já vão tarde, para outros é muito cedo, mas a verdade é que em Portugal já se estão a fechar universidades, escolas, museus, teatros, piscinas e bibliotecas. A seguir suponho que se fechem os centros comerciais, os cinemas e as discotecas. Portanto, avizinham-se semanas de muita clausura e algum tédio, que quem tira um centro comercial ao fim-de-semana ao tuga, tira-lhe tudo.
Mas não desesperem. Há uma maneira muito simples de passar o tempo sem dar por ele a passar, de viajar, de aprender, de ficar inspirado, de sentir emoções, de estimular o cérebro. Basta adquirir um objecto muito barato e acessível, que não precisa de energia (o que é sempre bom, porque sabe-se lá se nos impõem um blackout), nem de subscrição. Estudos comprovam que faz bem à saúde e não há limite de tempo recomendado para usar, ao contrário dos ecrãs e consolas. Chama-se livro.
Por isso, a todos os que não têm por hábito ler, em vez de irem a correr para o hipermercado como se estivéssemos à beira de um ataque nuclear, comprando o que precisam e o que não precisam, esvaziando prateleiras com produtos que provavelmente não vão usar e vão acabar por deitar fora findo o prazo de validade, corram para as livrarias! Esvaziem as prateleiras de diferentes géneros! Apetrechem-se de conhecimento! Será uma compra não perecível e de utilidade inestimável, já que decerto contribuirá para que os dias em casa sejam menos entediantes, ao mesmo tempo que diminuirá a preocupante iliteracia e mediocridade de que padecemos enquanto sociedade.
Se alguma coisa de bom vier com este vírus, além de hábitos de higiene, que seja hábitos de leitura. Ou parafraseando Fernando Pessoa«É a Hora!»