A primeira vez que ouvi falar dos Storytailors foi por volta de 2003 ou 2004, quando vi uma colecção extraordinária, com vestidos de sonho, a lembrar a estética Dior anos 50. Nesse dia decidi que, um dia, quando me casasse, seriam eles a fazer o meu vestido.
Entrei no atelier em meados de 2006, pouco depois de ser pedida em casamento. Recebeu-me o João, como um sorriso enorme e os seus olhos azuis vibrantes de entusiasmo. Fez-me sentir como se nos conhecêssemos e ficou encantando quando lhe disse que queria um vestido de noiva marcadamente Storytailors, com muito tule, corpete e tudo o que se lembrassem.
O esboço que me mostraram poucos meses depois foi melhor do que eu tinha imaginado. E mais: a sugestão era de que fosse cor-de-rosa. Disse que sim, sem hesitar. E sim também às luvas altas e aos sapatos.
Nos meses seguintes, estive no atelier outras três ou quatro vezes, sempre recebida com aquele sorriso aberto do João e a gentileza do mais reservado Luís. Nas várias provas, pude assistir à cumplicidade dos dois, à alegria com que se dedicavam a cada peça, ao entusiasmo que contagiava toda a equipa, das assistentes, às costureiras.
Fui buscar o vestido no dia do meu aniversário, a uma semana do casamento, e antes de sair, o João foi buscar um colar giríssimo, feito de pequenas malas penduradas numa corrente, e ofereceu-me. Só porque sim. Só porque eu fazia anos. Só porque era generoso e gostava de fazer as pessoas sorrir, como se vivêssemos todos num conto de fadas.
No final, tive o vestido de noiva mais bonito que já vi e que, ainda hoje, está na memória de todos os que tive o prazer de ter no meu casamento.
Mas na minha ficou também a experiência de ter dois homens de talento incomensurável, que me tratavam, a cada visita, como uma princesa, a fazerem o meu vestido de sonho. E para sempre ficará aquele sorriso contagiante do João, que ele levará certamente para onde quer que tenha ido. Espero que para um país encantado.
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